Dia de Finados em Brasília: Homenagens a líderes políticos e pioneiros atraem milhares aos cemitérios
Apesar das altas temperaturas e do trânsito intenso, milhares de brasilienses visitaram o Campo da Esperança na Asa Sul durante o Dia de Finados, prestando homenagens a entes queridos. De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania do Distrito Federal, cerca de 600 mil pessoas passaram pelas seis unidades cemiteriais da cidade ao longo do fim de semana. Para muitos, como Fátima Santos, de 72 anos, a data representa um momento de saudade e carinho, honrando a memória de familiares como pais e irmãos. Leopoldina Ferreira, também de 72 anos, destacou a importância de visitar túmulos para se sentir mais próxima dos falecidos, celebrando a felicidade de tê-los conhecido. Outros visitantes, como o casal de professores Simara Rodrigues e Jairton da Silva, usaram camisas com a imagem da cunhada Lilian da Silva, falecida em 2018 vítima de câncer, para marcar a presença e recordar sua luta pela vida. Maria Evelina, de 63 anos, mantém a tradição de homenagear o companheiro Nivaldo da Silva, morto em 2000 por pancreatite, encontrando alívio na visita anual.
A Praça dos Pioneiros, ala dedicada aos responsáveis pela construção da capital federal, atraiu visitantes interessados em reverenciar figuras políticas e históricas. O arquiteto Raimundo Oliveira, de 68 anos, faz questão de passar pelo local para homenagear governantes e personalidades que ergueram Brasília. Em frente ao túmulo de Juscelino Kubitschek, a esteticista Maria Divina, de 59 anos, realizou uma oração de agradecimento ao ex-presidente pela fundação da cidade, tradição que mantém há mais de 40 anos. O túmulo de Ana Lídia Braga, menina de sete anos assassinada em 1973, também foi um dos mais visitados, com devotos como Maria Helena, de 72 anos, e Luiz Armando, de 62 anos, acendendo velas e pedindo bênçãos, considerando-a uma intercessora espiritual.
Eventos religiosos complementaram as visitas, como missas na capela do cemitério, onde o Padre Ângelo enfatizou a esperança e a oração pelos falecidos. No Templo da Boa Vontade, da Legião da Boa Vontade, pregadoras como Maria Helena da Silva promoveram mensagens ecumênicas, celebrando a vida eterna. No Cemitério de Taguatinga, famílias como a de Bernadete da Silva Andrade, de 68 anos, depositaram flores em túmulos, enquanto na Igreja Messiânica Mundial do Brasil, o culto aos antepassados reuniu fiéis como Daniela Giraldes, de 55 anos, em orações de gratidão.