Em 1958, durante uma celebração no Catetinho, o presidente Juscelino Kubitschek (JK) foi surpreendido por uma chuva de granizo que supriu a falta de gelo para seu uísque, simbolizando a harmonia da época. Esse período marcava o auge de realizações culturais e políticas no Brasil, com a Bossa Nova emergindo através de “Chega de Saudade”, de João Gilberto, Tom Jobim e Vinícius de Moraes, e o Cinema Novo ganhando força após “Rio 40 Graus”, de Nelson Pereira dos Santos. A vitória na Copa do Mundo na Suécia, com Pelé, Garrincha e Nilton Santos, e a construção acelerada de Brasília, projetada por Oscar Niemeyer, destacavam o modernismo como pilar do desenvolvimentismo. JK, influenciado por eventos como a Semana de Arte Moderna de 1922 e o Salão Revolucionário de 1931, integrou arquitetura e arte no Conjunto da Pampulha, em 1943, colaborando com Niemeyer, Lucio Costa, Burle Marx e Cândido Portinari para criar uma “obra de arte total” ao redor de um lago artificial, incluindo a Igreja de São Francisco de Assis, consagrada em 1959.
A Exposição de Arte Moderna de 1944, organizada por JK em Belo Horizonte, reuniu intelectuais como Jorge Amado, Oswald de Andrade, Anita Malfatti e Di Cavalcanti, promovendo debates sobre o modernismo e inserindo Minas Gerais nas reflexões pós-guerra. Esse evento divulgou a Pampulha e alinhou JK ao progresso estético e social, pavimentando o caminho para Brasília. Na nova capital, inaugurada em 1960, a integração de arte e urbanismo se consolidou com obras de Athos Bulcão, como murais no Teatro Nacional e no Congresso; jardins de Burle Marx no Itamaraty e no Palácio do Jaburu; esculturas de Alfredo Ceschiatti, incluindo A Justiça no STF; e peças de Bruno Giorgi, como Os Candangos na Praça dos Três Poderes. Marianne Peretti, única mulher na equipe de Niemeyer, contribuiu com vitrais na Catedral e no Panteão da Pátria, enfatizando leveza e transparência. Essa fusão reflete o legado político de JK, unindo vanguarda artística à visão de uma nação moderna.